Diário Estelar - Entrada 05: The Nun - A Freira Maldita (Crítica)

Eu fui na carruagem da expectativa e estava realmente curioso para ver a génese desta misteriosa personagem.
Pois bem, neste meu último escaldante dia de férias de Verão decidi ir ver "The Nun - A Freira Maldita" numa matiné fresca num cinema com AC. A ideia com que saí da sala foi mista...
Achei que a expectativa que construíram em redor do demónio Valek era tanta que este filme sucumbiu sob o peso da pressão. A figura da freira-maldita perde um pouco do seu terror com esta história de génese e sai com uma imagem menos assustadora.

Em relação ao "factor cagaço", "The Nun" fica muitos pontos atrás dos restantes títulos da saga "Conjuring" e "Annabelle".
Mas quer isto dizer que não gostei do filme? De modo algum! Muito pelo contrário, gostei bastante.
Adorei a cinematografia sombria, a banda sonora deliciosamente assustadora, os cenários complexos e com muitas homenagens aos filmes de terror do passado (cemitérios cheios de nevoeiro, lápides e cruzes inclinadas, corvos nas árvores, castelos decrépito, figurinos antigos), o enredo pequeno e claustrofóbico e a aura de "filme de terror que sabe que é um filme de terror".
Se não fossem os efeitos especiais digitais poderia confundir-se este "The Nun" com um qualquer clássico da Universal ou Hammer dos anos 60/70, pois é a imagem que, creio, que o realizador queria transmitir.
Destaque para a fotografia, que habilmente conjuga as sombras com a iluminação arcaica de velas e candeeiros a petróleo, e utiliza de modo assustador a luz filtrada por vitrais, chegando a banhar espaços inteiros com tons vermelhos que acentuam a aura maldita da abadia assombrada onde o filme se desenrola.
O enredo:
Um padre (Padre Burke interpretado Demiàn Bichir) por e uma freira (Irmã Irene interpretada por Taissa Farmiga) são enviados pelo Vaticano a uma remota abadia na Roménia onde uma freira se suicidou. A missão do duo é averiguar se o local perdeu a sua santidade e se existem forças do Oculto em acção.
Com 96 minutos, creio que o filme precisava de mais tempo para crescer. Se o terror fosse "levedado" mais lentamente e com um compasso mais gradual os sustos seriam mais eficazes, pois o espectador teria mais tempo para acumular tensão e o clímax dos sobressaltos seria exponencialmente mais intenso. Geralmente gosto que os filmes de terror sejam curtos, mas este "The Nun" lucraria em estender a sua duração para melhor solidificar o seu mundo, pois adorei o ambiente maldito da abadia assombrada e gostaria de conhecer melhor cada canto daquele local muito bem imaginado.
Também gostaria que o desfecho fosse um pouco mais coeso e compassado, pois senti que o nó que o liga ao primeiro "The Conjuring" foi apressado e desleixado, quase parecendo colocado à pressa para agradar aos fãs ávidos de "easter eggs".
Em retrospectiva gostei muito do filme, mas ficou aquém da expectativa que foi sendo criada na sua orbita.
Recomendo de qualquer modo, mas apreciarão melhor este "The Nun" se o considerarem um como filme isolado, e não como parte do universo dos (muito mais assustadores) "The Conjuring" e "Annabelle".
Vejam o trailer no link abaixo:
NOTA FINAL:
3 Freiras Sinistras
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